Leandro entre os irmãos Kiko e Bruno (Foto: Euclides Oltramari Jr./AE)
Pelo menos por enquanto, está tudo certo para que Leandro Scornavacca (DEM), o “L” do KLB, assuma uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo no próximo dia 15. Porém, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da regra de suplência têm deixado uma pulga atrás da orelha do cantor.
Primeiro suplente na coligação PSDB-DEM, Leandro pode ficar de fora caso vingue a determinação do STF de que a vaga é do partido, e não da coligação. “Existe essa briga meio insana pela cadeira. As pessoas querem inventar novas regras depois da eleição.”
O Poder Online conversou com o cantor, que por indicação de sua assessora, começou a ler O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, para enteder o mundo político. “Mas só comecei, ainda estou na segunda página”.
Você e o seu irmão, Kiko, estão pensando em sair do DEM para ir para o partido que o prefeito Gilberto Kassab pretende fundar?
Não tem nada conversado sobre isso. Eu não sei nem o que o Kassab está fazendo, quais os caminhos que ele vai tomar. Ele tem, sim, o meu apoio, mas não tem nada certo. Acho que só lá na frente, se realmente o partido surgir, poderemos pensar nisso. Pretendo cumprir o meu mandato na Assembleia pelo DEM, mas o Kassab tem meu total apoio, não só político, mas como amigo também.
Como está se preparando para assumir a cadeira na Assembleia?
Estou muito feliz com o resultado, com os números de votos que eu tive. Existe essa briga meio insana pela cadeira. As pessoas querem inventar novas regras depois da eleição. Mas acho que as pessoas que têm a capacidade de julgar isso, devem saber o que é correto e devem decidir pela coligação. E espero que essa decisão continue. Senão, também estariam prejudicando as quase 63 mil pessoas que confiaram e votaram em mim.
Está apreensivo e com frio na barriga?
Frio na barriga tenho mais quando vou fazer show, embora eu esteja acostumado a estar há mais de dez anos na estrada. Mas acho que na Assembleia nem cabe frio na barriga. Tenho muitas causas que eu defendo há muitos anos e agora tenho essa oportunidade que foi conquistada dentro do legislativo paulista para fazer as tramitações, as emendas que acredito que precisam ser enviadas. O que tem, no caso, é uma expectativa. Mas frio na barriga não.
Você continuará trabalhando pela bandeira de combate à pedofilia?
Não é só uma bandeira. É uma das coisas que me deixou bem revoltado a ponto de fazer com que eu e meu irmão nos candidatássemos a um cargo público. Somos membros da CPI da Pedofilia há quatro anos, desde que ela foi instaurada. Já vimos muitas coisas ruins. Apesar de sermos membros voluntários, tivemos acesso a vídeos, por meio do deputado Magno Malta (PR-ES). Quisemos conhecer a fundo e repudiamos demais o que vimos. Foi isso que nos deu o start para a gente tentar uma carreira pública e também se sentir bem como ser humano.
Você está lendo O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. O que está achando?
Eu só comecei [a ler]. Me indicaram esse livro e disseram que ele é a bíblia dos políticos. Aí eu falei: ‘pô, deixa eu começar a ler’. Mas só comecei, ainda estou na segunda página. Foi a minha assessora quem me indicou. Quando ela perguntou se eu já tinha lido, disse que não e que não tinha nem ideia do que era. Ela falou que já que eu estava entrando nesse mundo era importante eu ler para entender muita coisa do que vou fazer lá. Todo conhecimento é bem vindo.
O KLB está prestes a lançar um CD e um DVD em comemoração aos dez anos de carreira. Como vai conciliar a vida parlamentar com a artística?
Acho que não vou ter muitos problemas, não, porque geralmente os shows são de fim de semana e a Aseembleia não funciona de fim de semana. Se tiver qualquer tipo de ajustes nas agendas, serão por conta dos programas de televisão que a gente tem que cumprir durante a semana, mas eu acredito que com uma agenda ajustadinha, com os compromissos já agendados, não vai ter problema nenhum. Não vou ficar fora da música jamais.
Você já foi até a Assembleia para conhecer seu gabinete?
Já. Eu estive lá há duas semanas para uma reunião com a liderança dos Democratas. Estive com o Estevam Galvão (DEM) e também com o presidente da Assembleia, o deputado Barros Munhoz (PSDB). Eles gostam muito de mim, não só porque a gente se conhece há muito tempo. Barros Munhoz eu já vi muito em missas. Ele é uma pessoa muito séria. O Estevam é também um amigo. E eles são pessoas muito sérias. E pessoa séria é sempre bom. Eu fui lá para visitar, para ver o gabinete e também para abraçar os amigos que fazem parte da bancada. E os outros que também não estão na bancada. Tenho amigos em outros partidos. O que importa são as pessoas, não as siglas que elas representam.
Está preparado para o assédio que uma celebridade deve provocar na Assembleia?
(Risos) Imagina. Eu estou focado no trabalho porque lá a cobrança é muito séria. Temos uma responsabilidade muito grande, embora eu seja brincalhão muitas vezes, lá é um lugar que não tem espaço para brincadeira, nem de beleza. Mas eu espero fazer um ótimo mandato e representar cada pessoa que depositou um voto de confiança em mim. No mínimo, eu vou tentar fazer o máximo que eu puder para ajudar as pessoas que confiaram em mim e levantar as bandeiras e fazer o que tem que ser feito em cima daquilo que eu acredito.
Brasília está nos seus planos?
Por enquanto, não. Eu acredito que eu vá tentar na próxima eleição a reeleição para ser estadual, mas pode ser daqui a uns anos. Mas eu acredito que o legislativo paulista é o que mais me agrada.
Fonte: Poder Online
Equipe KLB EVER